Oi gente, tudo bem?
Com a chegada das épocas mais frias (ou no caso daqui de Recife, mais agradáveis, porque não faz frio kk), um dos tratamentos que costumam ser mais procurados são os peelings. E é na época mais fria que costuma-se encontrar os melhores resultados, devido a menor exposição da cliente ao sol.
De uma forma geral, peeling (especialmente o químico) é a associação, dentre outras coisas, de ácidos que melhoram linhas de expressão, cicatrizes de acne, manchas e até estrias. Sendo assim, faz-se importante entendermos os tipos de ácidos que podemos utilizar e suas características, tais como peso molecular.
Peeling químico é um procedimento que resulta no estímulo da renovação celular a partir da camada basal, seguido da reação inflamatória tecidual que leva aos mediadores inflamatórios, provocando a síntese de colágeno e, finamente, a reparação tecidual, melhorando o aspecto cutâneo. Dessa forma, eles são utilizados para promover o refinamento da pele, pois, a retirada das células que constituem a capa córnea da pele, contribuem para a permeação de outros ativos que serão utilizados posteriormente, a depender do objetivo do tratamento.
A profundidade do peeling depende da substância aplicada, da sua quantidade, da concentração do ativo e do seu PH, do tipo de pele e do tempo de exposição da pele ao ativo.


Os ácidos irão atuar reduzindo a coesão entre as células, pois reagem com a enzima "cimentante" que existe entre a queratina, promovendo a esfoliação da superfície e acelerando a renovação celular. Através da renovação celular intensificada, melhora-se a textura da pele, por meio do aumento do estímulo aos fibroblastos e aumento da síntese de colágeno, resultando em uma pele mais resistente e mais flexível.

TIPOS DE ÁCIDOS:

Alfa-hidroxiácidos (AHA'S) - São um grupo de substâncias naturais encontradas em alguns alimentos, que constituem uma família de ácidos orgânicos. Alguns exemplos:

ÁCIDO GLICÓLICO - Derivado da cana de açúcar
ÁCIDO LÁTICO - Derivado do leite azedo
ÁCIDO MÁLICO - Derivado do mirtilho
ÁCIDO TARTÁRICO - Derivado de maçãs
ÁCIDO CÍTRICO - Derivado de limões
ÁCIDO MANDÉLICO - Derivado do extrato de amêndoas amargas

Os AHA'S diferenciam-se dos demais ácidos por possuirem baixo peso molecular e conseguirem maior poder de penetração na pele. Os compostos com AHA'S geralmente são bem tolerados, porém podem provocar sensação de formigamento e ardência quando aplicados, principalmente em peles mais sensíveis.
Para a ANVISA, o uso de  AHA'S e seus derivados, tem sua concentração máxima permitida a 10%, PH mínimo de 3,5 e todas as recomendações de uso devem aparecer na rotulagem.
Dentre os AHA'S, o mais utilizado é o ácido glicolítico, por possuir a menor molécula entre os demais. Como o próprio nome já diz, ele tem a capacidade de glicar a camada córnea da pele, possibilitando a maior penetração de outros ativos. Já o ácido mandélico, também muito utilizado, tam a vantagem de ser menos irritante para a pele, quando comparado com outros ácidos, porém, seu peso molecular é maior (maior dificuldade para penetrar na pele).

Beta-hidroxiácidos (BHA'S) e Poli-hidroxiácidos (PHA'S) - São famílias de ácidos geralmente de origem sintética, podemos destacar:

ÁCIDO SALICÍLICO
GLUCONOLACTONA

Essas classes podem minimizar alguns possíveis efeitos adversos dos AHA'S, pois possuem um maior peso molecular e penetram mais lentamente na pele, sendo mais indicados para peles sensíveis. Além disso, são umectantes e antioxidantes, auxiliando na prevenção contra o fotoenvelhecimento.

Lipo-Hidroxiácidos (LHA'S) - São derivados dos tradicionais ácido lático e ácido salicílico, que apresentam uma característica benéfica no tratamento, devido à sua ação lipofílica, possuindo afinidade com a pele, facilitando sua permeação e diminuindo a possibilidade de sensiblidade.

OBS: Ácidos em geral carregam em sua indicação primária o estímulo da renovação celular que, em seguida, será associada a uma segunda indicação, podendo ser ela: despigmentante, hidratante, antioxidante, etc. A depender do plano de tratamento traçado para cada paciente.


Higienizar, esfoliar e tonificar a pele é essencial para potenciar o resultado dos peelings. A hidratação é uma peça fundamental, pois, durante a aplicação do ácido, acontece de forma leve a desidratação da pele. A hidratação pós peeling é essencial para restabelecer a homeostase hídrica da região.

Por hoje é só pessoal, espero que tenham gostado da postagem!
Bom feriado!
bjs

Sara Neves.
*REFERÊNCIAS:
Bel col em revista
PINTO, B.S; ROSA, S.F; SILVA, D. Peelings químicos faciais utilizados em protocolos estéticos

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