Olá pessoal, tudo bem com vocês?

Hoje nós voltamos ao tema cosmetologia para falar um pouco das argilas. A argiloterapia, também conhecida como geoterapia é o uso de recursos minerais para promover efeitos terapêuticos.
A prática do uso de argilas remete à Grécia Antiga, quando Hipócrates, pai da medicina, já descrevia sua utilização em práticas medicinais. Os antigos Egípcios também relataram o uso de argilas em máscaras nos banhos da tão consagrada Cleópatra (ta explicado o porquê dela ter conquistado os dois homens mais poderosos da época? haha).
As argilas provém das rochas, que são constituídas de material orgânico que após muitos anos em decomposição, são extraídas e trituradas até se tornarem pó.
Todas as argilas possuem uma composição geológica em comum: Quartzo, feldspato e mica. Os componentes químicos que serão adicionados a sua composição, determinarão sua colocação e indicação,. como veremos mais adiante.


O efeito terapêutico das argilas não se justifica somente pelos componentes químicos que a elas são adicionados. Elas possuem um poder energético, propriedade terapêutica muito importante. Isso se justifica devido ao fato de que os minerais que as argilas contém, possuem energias iônicas devido à presença de elétrons livres e energias radiônicas.
Estudos já demonstraram que o barro é capaz de emitir luz ultravioleta, o que prova que ele é capaz de estocar e transferir energia.
Sendo assim, as argilas funcionam como doadoras e receptoras de energia. Vamos conhecer alguns tipos?

Argila Branca


A argila branca é a que contém o maior percentual de  alumínio e silício, apresentando um PH bastante próximo ao da pele. Possui propriedades clareadoras e reguladoras da oleosidade da pele, sendo ideais para peles com manchas e com acne. Também mantém a hidratação da pele. Sua indicação é voltada para peles mistas à oleosas.

Argila Preta


Também conhecida como "Lama Vulcânica", previne o envelhecimento precoce da pele, ativa a circulação, favorecendo a oxigenação e nutrição dos tecidos e é ideal para eliminar toxinas e radicais livres. Também aumenta a produção de colágeno, aumentando o tônus da pele. É ideal para peles maduras ou desvitalizadas.

Argila Verde


Talvez uma das mais conhecidas, a Argila Verde possui forte ação anti inflamatória e PH neutro, sendo altamente benéfica para peles acneicas. Além disso, age pela desintoxicação e regulação das glândulas sebáceas, possuindo importante ação adstringente. Também possui ação bactericida e cicatrizante. Ideal para peles oleosas. No corpo, pode ser utilizada para protocolos DETOX.

Argila Vermelha


Por possuir alto teor de óxido de ferro e cobre, as argilas vermelhas intensificam a renovação celular e elasticidade da pele, sendo indispensáveis no tratamento anti-idade. Além disso, sua ação anti estresse faz com que ela se torne ideal para peles sensíveis. No corpo, ela possui ação redutora de medidas.

Argila Rosa


Uma mistura das argilas branca e vermelha, a Argila Rosa também é voltada para tipos cutâneos mais sensíveis. Possui ação antisséptica, cicatrizante e suavizante.

Considerações gerais sobre as argilas:

  • Podem ser utilizadas com água quente ou fria
  • Ao utilizar argilas com ação calmante e secativa, deve-se utilizar água fria para potencializar sua ação vasoconstrictora
  • Pode-se utilizar a argila com água quente quando o objetivo é ativar o metabolismo (protocolos detox).
  • Nos tratamentos capilares com argila, deve-se acrescentar um pouco de shampoo para facilitar sua retirada
  • A argila deve ser retirada após sua secagem, pois perde seu efeito terapêutico
  • A argila deve ser guardada em embalagens de vidro, cerâmica ou madeira e ser mantida em local seco
  • Não se deve utilizar metais para manipular as argilas
  • Não deve ser reutilizada

 Bom pessoal, é isso! Espero que vocês tenham gostado da postagem! Até a próxima!


REFERÊNCIA:
*Cosmetologia: Descomplicando os princípios ativos - Rosaline Kelly Gomes, Marlene Gabriel Damazio

Sara Neves


Oi pessoal, tudo bem com vocês ?

O tema de hoje é uma das bases da fisioterapia: A eletroestimulação. Por que eu escolhi este tema? Porque frequentemente vejo as pessoas esquecendo de associá-la aos seus tratamentos.
Talvez seja o erro e o motivo do insucesso de algumas terapias. De que nos adianta trabalhar o tecido adiposo para diminuição de massa gorda e não estimular o ganho de massa magra?
Ou melhor, de que nos vale promover a lipólise dos adipócitos se não promovermos a sua oxidação?

Aliás, você sabe a diferença entre lipólise e oxidação?

Vamos começar com este conceito. Lipólise, como o próprio nome já sugere, é a quebra da membrana da célula de gordura, o adipócito. Com isso, seu conteúdo que é composto por 20% de colesterol e 80% de triglicerídeos, cai na corrente sanguínea para em seguida ser metabolizado ou se liga a uma molécula de ácido graxo para depois ser envolto por uma lipoproteína e ser metabolizado.
Acontece que o produto final do metabolismo das gorduras, é a produção de ATP, que é a nossa "molécula de energia",  genericamente falando.
O ATP precisa ser gasto, ou seja, se ele não for utilizado, ele será estocado em forma de gordura novamente.

Sugiro a leitura mais detalhada do tema em um livro de bioquímica.

E qual a maneira de promover o gasto energético desses ATP's? Promovendo a contração muscular ou através do exercício aeróbico. Podemos orientar nossa paciente quanto a prática de exercícios físicos, mas não temos como garantir 100% que ela irá seguir as nossas orientações. Dessa forma, para garantir que o nosso tratamento esteja agindo de forma completa, podemos entrar com o uso da eletroestimulação, que irá promover ativação muscular e gasto dos ATP's.
Claro que os resultados aliados à atividade física são mais rápidos. Mas se podemos potencializá-los ou garanti-los, por que não fazer uso desta terapia tão antiga e tão utilizada?

Tendo estes conceitos em mente, vamos prosseguir com a postagem!


Antes de falarmos da eletroestimulação de fato, precisamos entender que os músculos são formados por 2 tipos de fibras musculares:

  1. Fibras vermelhas - Também classificadas como tônicas ou do tipo I. Possuem velocidade de contração lenta, tem uma maior capacidade de metabolismo aeróbio e são responsáveis pela contração estática ou postural. São as fibras de endurance (maior resistência à fadiga). São responsáveis pelo maior gasto energético.
  2. Fibras brancas - Também classificadas como fásicas ou tipo tipo II. Possuem velocidade de contração rápida, metabolismo anaeróbio e pouca resistência à fadiga por serem pobres em hemoglobina. São responsáveis por contrações dinâmicas e breves. São as fibras de força e responsáveis pela hipertrofia.
 Relação com a frequência:

Com a eletroestimulação, conseguimos estimular esses 2 tipos de fibras, a depender da frequência. Frequências entre 30-40 Hz são utilizadas para fibras vermelhas e 80-100 Hz para fibras brancas.


Objetivos da eletroestimulação na estética:
  • Fortalecimento e ativação muscular
  • Aumentar a forma e massa muscular
  • Reduzir os níveis de gordura subcutânea
  • Aumentar a microcicrulação (de 400-500%)  e metabolismo local (diminuindo FEG)
  • Melhorar a silhueta corporal
  • Promover o gasto de ATP (MAIS IMPORTANTE!)

 Frequência Portadora X Frequência Modulada

É importante lembrar que a frequência que iremos ajustar tanto para corrente russa, quanto para corrente aussie, é a frequência modulada.
A corrente russa possui uma frequência portadora fixa de 2.500Hz e podemos utilizar uma modulada até 150Hz. Já a corrente aussie, possui frequências portadoras de 1.000 ou 2.500Hz e a modulada também pode ir até 150Hz.


Largura de Pulso

A largura de pulso irá variar de acordo com a região anatômica escolhida para utilização da terapia. Para membro superiores, o ideal seria uma duração de 200us, abdômen entre 250-300us e membros inferiores 400us. No geral, a maioria dos aparelhos possui a largura de pulso fixa em 400us, que poderá ser utilizada em qualquer grupamento muscular sem maiores transtornos.

Modalidade de emissão de pulsos

Modo contínuo - Não está indicado para fortalecimento muscular, sendo usado pra breves estímulos com frequência baixa (10Hz). Geralmente é utilizado para aquecer a musculatura, antes de fortalecer.

Modo recíproco - Pode ser utilizado no fortalecimento muscular, onde os estímulos estarão na fase ON em alguns canais, enquanto outros estarão na fase OFF. Geralmente é utilizado para estimular músculos antagonistas simultaneamente.

Modo sincronizado - Também utilizado para fortalecimento muscular, ocorre os mesmos estímulos simultaneamente em todos os canais.

Modo Sequencial - Não é utilizado para fortalecimento muscular, e sim, como auxílio a drenagem linfática. Os estímulos começam no canal 1 e vão sendo liberados até o último canal. Depois entram em tempo off e reiniciam o processo. É importante atentar para o posicionamento dos eletrodos, sendo os primeiros eletrodos posicionados na parte mais proximal dos linfonodos.

Rampa de subida e descida

Tempo que o estímulo levará para sair do 0 até o máximo para conseguir a contração necessária da musculatura (subida/rise) e a regressão para o 0 (descida/decay). Na estética, geralmente é utilizado 2 segundos.

Tempo ON e Tempo OFF

Tempo ON - Determina quantos segundos o paciente permanecerá em contração. Podemos utilizar entre 4-6 segundos. Podem ser utilizadas resistências com pesos ou o próprio corpo, para potencializar a contração.

Tempo OFF -  Determina quantos segundos o paciente permanecerá em repouso, antes de iniciar uma nova contração. Esse tempo deverá ser sempre maior que o tempo de contração. Geralmente é utilizada a regra de 1 pra 2. Ou seja, utilizar o dobro do tempo ON. Por exemplo: 5 segundos de tempo ON, 10 segundos de tempo OFF.

Tempo de aplicação

O tempo de aplicação está relacionado com o restante da programação feita no aparelho. Por exemplo: se colocarmos 2 segundos de tempo de subida, 2 segundos de tempo de descida, 5 segundos de tempo ON e 10 segundos de tempo OFF. Teremos um somatório de 19.
O recomendado é que o paciente exerça em média 30 repetições, divididas em 3 séries de 10 com 1 minuto de intervalo cada.
Sendo assim: 19 X 30 = 570 segundos que equivale a 9 minutos e meio (vamos arredondar para 10)
Neste caso, programaríamos 12 minutos de terapia (10 minutos + 2 minutos de descanso entre as séries).

Intensidade da corrente

Deverá ser empregada quantidade suficiente para promover a contração muscular.

Bom Pessoal, tentei descomplicar ao máximo o assunto! Vou deixar algumas referências utilizadas aqui, para que vocês possam ler e se aprofundar no tema. Não deixem de utilizar esta terapia, com certeza vocês alcançarão bons resultados.

Não esqueçam que associar a eletroestimulação com a contração muscular voluntária ou o uso de cargas, potencializa os resultados!

REFERÊNCIAS:
  1. Livro: Eletrotermofototerapia - Jones Agne
  2. Livro: Criolipólise - Jones Agne  
  3. Livro: Modalidades terapêuticas nas disfunções estéticas - Fábio Borges
Até a próxima,

Sara Neves.