Oi pessoal, tudo bem com vocês?

O tema de hoje é bastante atual e tem atraído a atenção dos profissionais da estética: O processo de Glicação - Relação direta entre o consumo excessivo de açúcar e o envelhecimento cutâneo.

Sabe aquele tratamento para rejuvenescimento facial, que você usa de tudo e a sua paciente não melhora? Talvez seja a hora de aprofundarmos mais a nossa anamnese e investigarmos os hábitos de vida desta paciente. O que pode estar acontecendo é o processo de Glicação acelerado. A partir daí, se a paciente não muda os hábitos, estaremos fazendo tratamentos e procedimentos em vão.

Vamos entender um pouquinho como este processo funciona? vamos!


O envelhecimento é um processo biológico, natural e contínuo que é caracterizado por alterações moleculares e celulares. Farei um post separadamente, falando sobre os tipos de envelhecimento e como eles se manifestam.
Alguns fatores podem influenciar no envelhecimento cutâneo, tais como: genética, etnia, hormônios, temperatura e poluição ambiental. Um dos fenômenos que podem acelerar o envelhecimento, é a Glicação. 
A glicação está intimamente ligada à dietas muito ricas em açúcar refinado. Uma reação não enzimática ocorre em casos de hiperglicemia, quando uma molécula de glicose é aderida à uma proteína rígida, formando glicotoxinas, que alteram as estruturas celulares e bom funcionamento dos tecidos biológicos.
Mais especificamente falando, teremos a formação dos chamados AGEs - Advanced glycation end products, que são os produtos finais do processo de glicação.
Esses AGEs promovem ligações cruzadas entre as proteínas adjacentes, tais como a fibronectina (que interage bastante com o colágeno), a laminina, o colágeno e a elastina. Essas ligações acabam causando uma desorganização tecidual, levando à perda da elasticidade da pele e acentuando o envelhecimento cutâneo.

Google Imagens.
Já é bem descrito na literatura, que a partir dos 30 anos, o acúmulo de AGEs começa a ocorrer de forma significativa no nosso organismo, crescendo de forma linear ao longo da vida. A partir do momento que ingerimos grande quantidade de açúcar, esse acúmulo tende a ser multiplicado.
O aspecto de flacidez de pele começa a ser bem evidenciado pois os AGEs potencializam a ação dos radicais livres, comprometendo algumas estruturas da nossa pele, provocando um afrouxamento do citoesqueleto, que é responsável pela sustentação celular.

Google Imagens.

Um outro fator que é consequência da formação de AGEs é a sua toxicidade. Quando expostos à radiação solar, os AGEs produzem EROS, que provocam fotossensibilização, potencializando o estresse oxidativo e diminuindo as defesas do organismo contra ele.
Falando ainda de excesso de exposição à luz solar e fotoenvelhecimento, temos um aumento na expressão de metaloproteinases, que são um grupo de enzimas catabólicas que degradam proteínas da matriz extracelular, acentuando o processo de envelhecimento.

Como vocês puderam perceber, o consumo excessivo de açúcar refinado (quimicamente modificado), leva à uma cascata de eventos que só contribuem cada vez mais para acelerar o processo de envelhecimento.
Destaco aqui a extrema importância de disciplina e acompanhamento nutricional dos pacientes que desejam fazer tratamentos rejuvenescedores (peelings, microagulhamento, radiofrequência, etc). Como eu disse lá no início da postagem, se a paciente está nesse círculo vicioso do processo de glicação, ela não responderá aos nossos tratamentos, enquanto não mudar seus hábitos. De nada adianta estimularmos a formação de colágeno, se ele não será formado com qualidade.

Além do acompanhamento nutricional, o uso de produtos anti age também é importante. Podemos citar aqueles que contém: colágeno, vitamina c, ureia, ácido hialurônico, lipossoma de coenzima Q10, hidroxiprolisilane, dragonsine, etc. 

Bom pessoal, é isso, espero que a postagem tenha sido útil! Não deixe de acompanhar as redes sociais do blog, estou sempre postando dicas curtinhas por lá, que acabo não postando aqui.
Instagram: @blogfisioestetica

Sara Neves.

Olá Pessoal, tudo bem com vocês?

Já fazem algumas semanas que eu postei lá no instagram do blog algumas comprinhas que eu havia feito da marca Buona Vita. Depois de passar algum tempo testando, aqui estou eu para dar a minha opinião!
Conheci a marca através da indicação de uma colega esteticista e estou adorando os resultados. Já fiz o pedido de mais produtinhos, desta vez corporais, para ver se me agradam tanto quanto os faciais!
Vamos à resenha?


Bom gente, existe um kit bem mais completo da marca mas, como era minha primeira aquisição, comprei este mais simples.
O kit consta com os seguintes produtos: Emulsão de limpeza, Peeling, Amolecedor de comedões, Loção Tõnica e Máscara descongestionante. Produtos base para uma limpeza de pele.
Moro em pernambuco e os produtos demoraram a chegar, em média, uma semana.
As embalagens dos produtos são bem funcionais, mostram os ativos logo na frente, além das cores, que dá todo um toque "clean" à linha. Achei muito legal. Conseguem passar a quantidade suficiente de informação sobre o produto, sem perder a leveza e organização do design.
Vamos falar um pouco dos produtos isoladamente:



A emulsão de limpeza lembra bastante uma loção hidratante: Cor branca, consistência leve e de fácil espalhabilidade. Com apenas um "aperto" no dosador, já conseguimos produto suficiente para uma face inteira.
O que eu achei bacana é que este produto além de ser demaquilante, já começa a fazer a emoliencia no ato da higienização. Ou seja: ele acaba se tornando um produto coringa que pode ser utilizado em gestantes e também em pessoas alérgicas à trietanolamina.
Ativos: Extrato  de Camomila, que possui ação calmante, refrescante e antisséptica; Esterearato de octila, que é um emoliente não oleoso.
Rendimento: 167 aplicações. Possui 500g.


O Peeling nada mais é que o esfoliante físico da linha. Ele possui esferas vulcânicas e efeito gomagem, que promovem renovação da camada córnea da epiderme, sem promover irritações. Eu diria que ele possui uma abrasividade média (falando-se em termos de camada córnea). Pode ser utilizado em todos os tipos de pele, com excessão das peles com acne em graus III e IV.
Gostei muito do fato de que ele é bastante fácil de retirar. A medida que vamos realizando a esfoliação, ele vai formando uns "gominhos" brancos, que facilitam a remoção do produto.
Possui uma textura bem mais grossa que a da emulsão, e rende bem menos também. Mas é comum de esfoliantes, renderem um pouco menos.
Após a aplicação, a sensação de frescor e a maciez da pele são imediatos.
Também pode ser utilizado em gestantes.

Ativos: Esferas vulcânicas, que é um esfoliante físico de origem 100% natural; Extrato de camomila, que possui ação anti inflamatória, antisséptica e refrescante.

Rendimento: 65 aplicações. Possui 250g e também está disponível na versão de 500g.


Esse Amolecedor de comedões, que é a famosa trietanolamina, foi um caso de amor. As extrações se tornaram muito mais simples e fáceis de se realizar, gostei muito, tem facilitado minha vida bastante!
O que não me agradou muito é que acabo derrubando produto quando vou dosar. Ele é 100% líquido e facilitaria muito mais se seu aplicador fosse uma bomba de spray.
Pode ser utilizado em qualquer tipo de pele, exceto nas pessoas alérgicas à trieta e gestantes.
A marca promete que a eficácia do produto é suficiente para não necessitar de vapor de ozônio ou máscara térmica. No entanto, sempre deixo pelo menos 10 minutinhos na máscara térmica, potencializa bastante os efeitos do produto.

Rendimento: 60 aplicações. Contém 1L.


A Loção tônica segue a mesma consistência do amolecedor, ou seja, líquida. Reequilibra o PH da pele após as extrações, além de diminuir a vermelhidão e proporcionar um maior conforto à pele.Gosto de aplicá-la com movimentos de tamborilamento.

Ativos: Extrato de ginseng, que dermopurificante e descongestionante; Extrato de hera, que fortalece a parede dos vasos e estimula a absorção cutânea; Extrato de aloe vera, que é hidratante; e Extrato de camomila que já foi citado aqui no post.

Rendimento: 250 aplicações. Possui 500ml.


Deixei pra falar da máscara por último, propositalmente. Foi o produto que mais me surpreendeu positivamente.
Antes de tudo, gostaria de falar do cheiro: É incrível! Aquele cheirinho de ervas maravilhoso, que ao abrir o pote, toda a sala já fica com o perfume no ar. Ou seja, trabalhamos a aromaterapia juntamente ao procedimento de finalização da limpeza de pele, o que é ótimo, pois proporciona um momento de relaxamento para a paciente.


Ela tem uma consistência de gel e rende muuuuuito! Sem contar que dá uma sensação de analgesia pós extração, que as clientes amam.
Possui uma série de ativos que trabalham juntos nas ações de analgesia, antissepsia, anti inflamatória, calmante, suavizante, adstringente e cicatrizante, tais como: Extrato de melissa, Extrato de sálvia, Extrato de camomila, Extrato de erva doce e Betaglucan.
Além disso, possui extrato de Ginkgo Biloba, que ativa a microcirculação, é anti radicais livres e rico em polifenóis (OPC).

Rendimento: 84 aplicações. Possui 500g.

Bom gente, espero ter conseguido passar as minhas impressões para vocês! Eu estou adorando a linha, estou tendo resultados muito bons e um feedback bastante positivo das pacientes. E vocês, conhecem a linha?

Até a próxima!

Sara Neves.

Oi pessoal, tudo bem com vocês?

Finalmente o tão prometido post sobre radiofrequência! Andei postando alguns antes/depois de resultados com a radiofrequência  no instagram do blog, e choveu de gente falando que gostaria de uma postagem à respeito do tema!
No último ano, tenho trabalhado em cima de uma pesquisa científica, um ensaio clínico randomizado, justamente sobre a radiofrequência. Li e reli tantas coisas a respeito do tema, que acabei deixando de falar sobre ele aqui.
Mas como promessa é dívida, aqui estou eu!
A terapia por radiofrequência já é utilizada há mais de 15 anos para fins estéticos, sendo mais antiga no tratamento de outras patologias (cerca de 90 anos).
Trata-se de uma onda eletromagnética, que se propõe tratar várias afecções da pele, tais como: Flacidez, FEG (celulite), Fibroses, Lipodistrofia localizada, entre outros.
Mas de que modo essa energia atua no nosso organismo? Quais os efeitos fisiológicos que justificam seu uso? Falaremos sobre isso no decorrer da postagem!


Antes de mais nada, gostaria de salientar que independente de qual seja o seu aparelho de radiofrequência (capacitiva ou resistiva), os efeitos fisiológicos serão os mesmos, decorrentes da produção de calor, ok? Agora vamos lá:

Tipo de Manopla

Basicamente, existem 3 tipos de manoplas: Monopolar, Bipolar e Tripolar.
A manopla monopolar, necessita da utilização de uma placa de retorno, que ficará fora do local tratado, para gerar um fluxo de corrente entre os dois eletrodos. Ou seja: a placa de retorno serve apenas para fechar o circuito. Manoplas como esta, geralmente são capacitivas e o aquecimento tecidual ocorre de forma mais lenta.
As manoplas bipolares são resistivas (dispensam o uso da placa de retorno) e promovem um aquecimento muito mais rápido, exigindo atenção redobrada do profissional, para evitar queimaduras.
Quando falamos de manoplas tripolares (ou tetrapolares, hexapolares, octapolares), temos que ter em mente que só existem dois polos: positivo e negativo. Ou seja, essas manoplas pegam uma maior área corporal, agilizam o tratamento, porém se comportam como uma manopla bipolar, fisicamente falando. Resumidamente: aplicador de 3 ponteiras, porém bipolar.

Efeitos Fisiológicos

A passagem da corrente eletromagnética irá gerar agitação de moléculas e íons, nos nossos tecidos biológicos. Essa agitação, acaba forçando a colisão das moléculas e íons, gerando calor. Com a elevação da temperatura tecidual, teremos inúmeros efeitos fisiológicos, tais como: Vasodilatação, que irá gerar uma melhor  irrigação sanguínea e linfática, resultando num maior aporte de oxigênio e outros nutrientes para a área, aumentando o metabolismo tecidual local, que irá estimular a atividade de respiração endocelular e expulsão de catabólitos tóxicos.
Além disso, o efeito térmico da radiofrequência, promove realinhamento das fibras colágenas, sem rompê-las. Por meio da elevação da temperatura, também conseguimos estimular nossos tão amados fibroblastos, dando origem à produção de um novo colágeno. Você pode dar uma lida sobre as proteínas de choque térmico, se quiser entender mais a fundo, molecularmente falando, de que forma este colágeno será estimulado e formado. 
Basicamente, o aumento da temperatura irá produzir um estímulo do TGF-beta que, por sua vez estimula a formação de HSP-47, que é uma proteína que protege o pró colágeno tipo I, durante sua síntese e secreção. Somente na presença dessa proteína de estresse, as moléculas de colágeno do tipo I poderão ser organizadas na forma tridimensional correta de tripla hélice.


 Entendido isso, conseguimos visualizar como ele age em cada patologia, né?

Resumidamente:

- Se temos flacidez, e produzimos um novo colágeno, temos melhora no aspecto daquela pele.
- Se temos FEG (celulite), a paciente irá apresentar um quadro de fibrose, congestão circulatória, edema e drenagem linfática comprometida. Ao estimularmos a circulação e metabolismo local, estaremos melhorando o aspecto daquela pele.
- Se temos uma paciente com a pele desvitalizada e com rugas, estaremos promovendo rejuvenescimento, não só pela formação de colágeno, como pela sua ação anti oxidante (eliminando catabólitos).

Mas.... e a gordura localizada?

Os estudos científicos isoladamente à respeito do tema são escassos, ou com metodologias incertas. Os poucos estudos que existem, justificam o uso do aparelho para provocar dano aos adipócitos, que são as células do tecido adiposo.
Dessa forma, ao ocasionar o choque entre as moléculas e íons, a radiofrequência promoveria a termólise dos adipócitos, causando morte celular e diminuição da lipodistrofia localizada.
Outros estudos experimentais também mostram que a RF é capaz de aumentar a taxa de apoptose dos adipócitos.
No entanto, mais estudos experimentais são necessários para provar a eficácia da terapia na gordura localizada.


O que podemos dizer é que a RF é praticamente um padrão ouro para tratamento de flacidez. Os resultados são bastante expressivos e está muito bem documentado cientificamente, o estímulo aos fibroblastos.

Níveis de temperatura

Apesar de não existir um consenso na literatura à respeito de que faixa de temperatura utilizar em cada patologia, algumas parecem dar mais certo.
Para tratamento de fibroses, queremos apenas o efeito de flexibilização, sem produção de mais colágeno, ou retração tecidual, para não "endurecer" mais a área. Sendo assim, recomenda-se utilização de temperaturas por volta de 35-36ºC, onde iremos obter uma diminuição da densidade do colágeno.
Já para flacidez, queremos o estímulo aos fibroblastos, então utilizaremos temperaturas mais elevadas, entre 39-41ºC, onde iremos obter um aumento da densidade do colágeno.

Note que existem patologias, como o FEG misto, que apresenta quadro de fibrose e flacidez associados. Sendo assim, as áreas deverão ser tratadas com diferentes níveis de temperatura, a depender da necessidade.

Falar de tempo de aplicação fica um pouco difícil, pois depende muito da área de cada manopla. No geral, o que alguns artigos científicos sugerem, é 5 minutos de aplicação, após atingir a temperatura ideal, a cada 10cm².

Bom pessoal, espero que a postagem tenha sido útil! Como eu sempre digo, uma postagem nada mais é que um resumo, e jamais substituirá a leitura de livros e artigos científicos, para quem se interessa mais afundo a respeito do tema.
Até a próxima,

Sara Neves.